Em 2009 além do fato do Coritiba ter sido rebaixado, o que por si só foi lamentável, tivemos que conviver com as conseqüências dos atos impensados de algumas pessoas que estavam na arquibancada. Infelizmente, à época, a mídia de uma forma geral tomou a parte pelo todo, deixando a impressão que toda a torcida do Coritiba e o Coritiba eram coniventes com aqueles atos. Hoje, 1 ano e 7 meses após aquela data, a torcida do Coritiba ainda paga pelo ato repudiante daquela minoria, tornando-se bode expiatório sempre que é citado o tema de violência no futebol, a exemplo do que fez o STJD ao estabelecer aquela punição recorde, como se outros problemas, mais graves, não tenham ocorrido em outros centros.
É natural a mídia de outros estados, leia-se RJ e SP, menosprezarem outros centros, o que já é revoltante. Mas pior ainda é o fogo amigo. Na véspera do jogo Coritiba x Fluminense, alguns setores da mídia paranaense teimam em relembrar aquele episódio nas vésperas do jogo contra o Fluminense, reprisando as cenas da invasão. Alguns podem argumentar que a repetição das cenas deixa viva a lembrança do que aconteceu, para que aquilo não volte a se repetir. Mas muita coisa foi feita, e tem sido feita, o que enfraquece aquele argumento. Seria positivo relembrar, caso fossem enaltecidas juntamente com a lembrança as ações tomadas após aquele jogo, tais como resistência da diretoria em proibir a entrada de membros da torcida organizada, a intensificação da segurança dentro e em volta ao estádio, o reerguimento do Coritiba apesar de todos os problemas chegando-se à estabilidade que hoje se vê no clube, a tranqüilidade que é assistir a um jogo no Couto onde nunca mais se viu brigas, e onde raramente se vêem discussões (presenciamos um fato onde uma pessoa levou uma camisa do Grêmio, no jogo contra o Internacional. Um torcedor tirou à força a camisa da mão do Gremista, originando discussão. Resultado: a segurança do estádio agiu rápido, levando os envolvidos no tribunal instalado no estádio). E a questão de ingressos? Os sócios do Coritiba não têm a menor preocupação com ingressos, basta chegar no estádio e entrar. Enquanto que nos grandes jogos de RJ e SP SEMPRE ocorrem problemas e confusão, inclusive com pessoas feridas. E os problemas ocorridos nas comemorações do centenário do Corinthians, alguém pisou tanto naquelas cenas como no caso do Coritiba? E aquela briga que ocorreu na final do campeonato de juniores, entre São Paulo e Palmeiras, com vítima fatal? Será que reina a paz em São Paulo? Os clubes fizeram algo tão efetivo como fez o Coritiba? E a confusão nas Laranjeiras, promovidas por vândalos infiltrados na torcida do mesmo Fluminense, que quase tirou a vida do goleiro Ricardo Pinto, do Atlético PR? Em duas semanas o fato já tinha sido esquecido.
Aquele fato é lastimável, lamentável, injustificável, mas deve ser tratado com equilíbrio e sem emoção. Ninguém que viu aquelas cenas pela TV sofreu mais do que quem estava no estádio, como nós. Mas usemos esse fato para exaltar a recuperação do Coritiba, que apesar de tudo aquilo, com as próprias forças se reergueu, sem recorrer a artimanhas ou atalhos, e não ficar apenas lembrando como se ninguém soubesse daquilo, apenas para atrair a atenção do público. A exemplo do que falou o Edgar Felipe, até agora o único que vi falando que não agüenta mais esse assunto, TODOS os midiáticos paranaenses têm a OBRIGAÇÂO de defender o Coritiba, dizendo que o clube e sua torcida não aprova, não é conivente, não suporta e não quer ver mais cenas como aquelas, atos provocados por vândalos que estavam nas arquibancadas no meio de milhares de torcedores de boa fé.
Contamos com vocês!
Fábio Alexandre de Oliveira Beatrice
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